JUAN WALLPARRIMACHI
( Bolívia – Potosí )
( 1793 - )
Ele nasceu na cidade de Macha, província de Chayanta do Departamento de Potosí na Bolívia, América do Sul. Neto de um judeu português, filho de uma indígena cusquenha e de pai espanhol, perdeu pai e mãe logo após o nascimento. Foi criado por indígenas e posteriormente adotado pelos guerrilheiros Manuel Ascensio Padilla e Juana Azurduy de Padilla , com quem lutou contra o governo espanhol. Conhecendo apenas o sobrenome de seu avô materno, ele o adotou.
Morreu aos 20 anos, em uma das batalhas da Independência em 1814, sob as ordens de sua protetora e chefe Dona Juana Azurduy de Padilla . Passo para a imortalidade como "Poeta Soldado" na literatura boliviana.
Embora conhecesse perfeitamente o espanhol, só escrevia em quíchua e não manuseava outra arma além do estilingue indígena. A obra dedicada a este tema é "12 Poemas de Wallparimachi".
Pouco foi coletado de seu trabalho, sempre cheio de nostalgia. Aparentemente, seus poemas passaram como canção popular anônima. Alguns deles são: Mi Madre , Tu Pupila , La Partida , Despedida e Amame .
Biografía e imagem: https://es.wikipedia.org/wiki/Juan_Huallparrimachi
TEXTO EM QUÍCHUA – TEXTO EN ESPAÑOL – TEXTO EM PORTUGUÊS
BEDREGAL, Yolanda. Antología de la poesía boliviana. La Paz: Editorial Los Amigos del Libro, 1977. 627 p. 13,5x19 cm Ex. bibl. Antonio Miranda
TEXTO EM QUÍCHUA
MAMAY
Ei
Ima Phuyun Jaqay Phuyu,
Yanayasqaj wasaykamun?
Mamaypaj waqayninchari
Paraman tukuspa jamun.
II
Tukuytapis inti k'anchan,
Noqayllatas manapuni.
Tukuypajpis kusi kawsan,
Noqay waqaspallapuni.
III
Pujyumanta aswan ashkata
Má rejsispa waqarqani,
Mana pipas pichaj kajtin
Noqallataj mullp'urqani.
IV
Yakumanpis urmaykuni,
"Yaku, apallawayña", nispa.
Yakupis aqoykamuwan
"Riyraj, mask'amuyraj", nispa.
V
Paychus sonqoyta rikunman,
Yawar qhochapi wayt'asqán,
Khishkamanta jarap'asqa,
Pague jinallataj waqasqan.
TEXTO EN ESPAÑOL
[ Traducido y adaptado por Jesús Lara ]
MI MADRE
I
¿Qué nube puede ser aquella nube
Que obscurecida se aproxima?
Será tal vez el llanto de mi madre
Que viene en lluvia convertido.
II
El sol alumbra a todos,
Menos a mí.
No falta dicha para nadie;
Mas para mí solo hay dolor.
III
Porque no pude conocerla
Lloré más harto que la fuente,
Y porque no hubo quien me asista
Mis propias lágrimas bebí.
IV
También al agua me arrojé
Queriendo que ella me arrastrara.
Pero el agua me echó a la orilla
Diciéndome: "Anda aún a buscarla".
V
Si ella viera mi corazón,
Cómo nada en lago de sangre.
Envuelto en maraña de espinas,
Lo mismo que ella está llorando.
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução: Antonio Miranda
MINHA MÃE
I
Que nuvem pode ser aquela nuvem
Que obscurecida se aproxima?
Será talvez o pranto de minha mãe
Que vem em chuva convertido.
II
O sol ilumina a todos,
Menos a mim.
Não falta tal para ninguém;
Mas para mim apenas existe a dor.
III
Porque não pude conhecê-la
Chorei intensamente mais a fonte,
E porque não houve quem me assista
Minhas próprias lágrimas bebi.
IV
Também à água me joguei
Querendo que ela me arrastrasse.
Mas a água me lançou na margem
Dizendo-me: "Anda ainda para buscá-la".
V
Se ela visse o meu coração,
Como nada em lago de sangue.
Envolvido no emaranhado de espinhos,
Tal como ela também está chorando.
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Página publicada em setembro de 2022
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